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sexta-feira, setembro 30, 2011

Eco dos criadores do Belo

A intimidade com as objectivas


Atritos, nós, desatinos, levantes, substantivos masculinos concorrentes no desgaste dos zarcões, das sub-capas, das tintas e das pranchas de pinho que se vão a pouco e pouco confundindo na popa aguçada que todos os dias alimenta almas, espíritos e bocas, mas deixa o oceano mais despovoado.

quinta-feira, setembro 29, 2011

Eco dos criadores do Belo

A intimidade com as objectivas


De repente, eis que o fundo de uma chata se transforma num espelho, onde é possível adivinhar o inverso da sua própria geometria descritiva.

quarta-feira, setembro 28, 2011

A intimidade com as objectivas


O equilíbrio entre os centros de gravidade da chatinha e do seu remador, dinamizou remadas vigorosas, e o eco das palavras esdrúxulas que ambos escreveram em linguagem gestual, foram recortar-se numa brilhante tela azul.

Portugal como vai

28 de Setembro


Uma imagem na Rua da Escola do Protesto


Depois de uma Presidente no Parlamento Português, o Governo actual tem uma Ministra da Justiça, que para o caso não importa, mas convém recordar foi vedeta paga num concurso da TV, e foi casada com um Banqueiro dito da Opus Dei. O que não se recorda, mas posso contar, é que de tempos a tempos ia eu almoçar com umas colegas de trabalho à Cervejaria Alemã um Restaurante na Rua do Alecrim que já fechou, e onde sempre encontrávamos numa mesa e em postura conspirativa a dita senhora Ministra almoçando com o actual Presidente do Conselho Superior da Magistratura, o Juiz Noronha do Nascimento.
Fazem hoje dia 28 de Setembro 100 dias, data aliás associada a uma tentativa de golpe militar de cariz fascista em 1977, desde que o actual Governo tomou posse e no que respeita à Justiça estamos na mesma. Isto é, todo o Aparelho Político-Judicial aceita que nos passeios da Rua da Escola Politécnica em frente ou ou lado da Procuradoria Geral da República esteja um casal, dizem eles que faz hoje 5.657 dias reclamando contra um juiz e um notário irmãos do sujeito, que o “mataram” e lhe ursuparam todos os bens. Não sei quem sustenta o “morto vivo” e a mulher, pois estão ali faça sol, frio ou chuva, sem trabalhar todos estes anos, reclamando por justiça!
Para mim, este espectáculo é inaceitável, pois que, das duas uma, os protestantes ou têm razão e a justiça já teve mais do que tempo para agir, ou estão malucos e a “imagem” do Estado de Direito não pode permitir este espectáculo!
Ou pode?

terça-feira, setembro 27, 2011

Simbolismos

Este texto, acabei de o publicar no meu mural do Facebook.

Há uns meses atrás, foi notícia a apresentação por um grupo de economistas, de uma queixa na PGR contra as Agências de Rating, em virtude do seu presumido envolvimento doloso na evolução das especulações dos mercados a que vinha sendo sujeita a dívida soberana de Portugal, sentimento que partilho de uma forma geral sobre todo o panorama deficitário mundial.
Com as últimas notícias sobre o défice “oculto” na Madeira, emergiu a prática habitual das pessoas mesquinhas, que sendo incapazes de assumir as suas próprias responsabilidades como actores de uma cidadania desconstrutiva, agem na mais cómoda expressão de atirar ao boneco da moda – José Sócrates.
É preciso começar por recordar que a crise financeira mundial teve origem na forma com as “Agências de Rating” avaliaram durante anos os Estados, as Instituições Financeiras, as Multinacionais, e as Grandes Empresas, até que a falência do Lehman Brothers, destapou um colossal falhanço colectivo de supervisão e quiçá de análises financeiras com reduzidos suportes de seriedade profissional. Da minha experiência bancária, posso aportar um elevado conjunto de dados que me permite fazer prova das afirmações anteriores sobre a responsabilidade principal nos diversos défices portugueses, isto é, nenhum agente financeiro aplicou recursos próprios ou alheios sem deixar de apreciar quase sempre o conselho das entidades acreditadas para avaliar riscos e venderem o resultado das suas análises sobre todas as entidades que lhes era solicitado. Num modelo de informação para apoio à decisão sobre crédito a particulares e a empresas, que contemplava no seu conjunto a segunda maior base de dados do País, e em que participei activamente no seu desenho, lá estava para todas os clientes empresa, a obrigatoriedade de préviamente às grandes decisões estar devidamente preenchido e actualizado o “campo raiting” na base da Tabela Mundial, bem como a identificação da entidade acreditada que o tinha fornecido.
Mas, a filosofia creditícia do mercado financeiro, sempre assentou numa teoria económica que não consegue produzir outro modelo que não o do constante crescimento, o que teve como consequência “necessidades” de fixação de objectivos cada vez mais ambiciosos para os montantes de crédito envolvidos na actividade corrente do tecido empresarial e no consumo das famílias. Com este modelo, percebe-se que a busca de “conforto” para a justificação de uma proposta ou uma decisão final estivesse sempre presente, mas estas condicionantes não estavam porém dissociadas dos prémios de desempenho que proporcionava o cumprimento das metas fixadas para cada órgão, na moderna chamada gestão por objectivos.
Por outro lado, em paralelo com a análise do enquadramento das grandes decisões baseada em critérios objectivos sobre a solvabilidade dos activos de cada entidade, eram exigidos pareceres técnicos sobre o impacto de cada projecto no respectivo sector de actividade económica. Por tudo isto, os chamados investimentos errados são muito fáceis de apontar no “fim do jôgo”, mas serão de montante residual os casos em que as decisões contrariaram as referências das entidades que as avalizaram técnicamente. Acredito mesmo que vão aparecer muitos “papéis” que defenderão alguns dos avultados investimentos Madeirenses e quiçá alguns deles com a chancela da UE.
Colocar hoje em causa, de forma até criminal como alguns idiotas defendem, todo o edifício em que a actividade capitalista se regulou nas últimas três décadas, nem numa visão de baixa política se pode aceitar, mas não deixa de ser preocupante que só a crise de acesso ao financiamento externo em alguns paises, tenha mitigado a promoção pública de alguns vulgares instrumentos como meio fácil de acesso ao crédito nos últimos anos, e não uma visão consciente da insustentabilidade da teoria do crescimento global, quando o território e muitos recursos são finitos e existem sinais de acentuado decréscimo populacional. Fazia bem a todos nós, mas a começar pelo Estado, com todos os Órgãos de Soberania incluídos na cabeça do exemplo, olhar à roda e interrogar, se os bens de consumo que nos cercam não são largamente suficientes para responder às exigências que se colocam no dia a dia, e se há mesmo justificação para alienar as EP que são altamente lucrativas para que com a desculpa do défice se procurem mais receitas para fazer face ao mesmo nível de despesa de funcionamento.

A intimidade com as objectivas


No dorso brilhante de um barco cheio de Fé, o projector solar com o seu filtro ultra-violeta colou a sombra da gaiola marítima que de vez em quando se submerge cheia de búzios nas águas cálidas da Ria, para que eles percam o sabor forte das cavalas e das sardinhas que os contaminam no mar, até ficarem mesmo libertos e partirem então ao encontro com os marisqueiros citadinos para lhes fazer crescer àgua na boca.

Portugal como vai


Ouvi dizer que o Grupo Sonae é o proprietário das lojas a que diz respeito este folheto que encontrei na minha caixa do correio, mas não sei se isso é verdade, pois quando fui consultar o site nele indicado, apreceu uma mensagem de “perigo”, informando que “o certificado de segurança do site não é fidedigno” pelo que decidi não continuar a pesquisa.
Como quer que seja, o que importa ao caso é a capa do folheto, onde a expressão irada de um oriental dá sustento à frase “...quase todos.”. Para além da imaginação do folheto poder ser considerada xenófoba e anti-globalização, não deixa também de ser idiota pois de certeza que muitos dos artigos vendidos a metade do preço, à cause do 12º aniversário, devem ter sido produzidos nos orientes mais distantes.
A moral desta história é porém outra; nos meandros da crise económica mundial que estamos e vamos continuar a viver, está presente de forma decisiva o conceito absurdo de que é acessível aos não milionários terem quase tudo, e à borla, mesmo que isso signifique escravizar milhões de milhões, uns a trabalhar para produzir e outros a trabalhar para consumir!

segunda-feira, setembro 26, 2011

Eco dos criadores do Belo

Sobre o coleccionismo, dizem-se muitas coisas. Que é um vício, e caro, que até pode ser um vício barato, que não é vício nenhum, enfim há opiniões para todos os gostos que se sustentam afinal no objecto de que se fala. Embora guardar apenas os selos recortados dos envelopes tenha sido um enorme disparate que muita gente tal como eu praticou em criança, em vez de guardar os envelopes no seu todo com parte da história que lhes esteve associada, essa foi uma forma de coleccionismo primário quase sem custos, e ir também guardando num canto de uma armário um saco com umas moedas velhas foi uma outra forma de coleccionar história sem muitos custos. O que é certo é que o coleccionismo, de moedas e de selos de correio tem sido em Portugal nos anos mais recentes uma significativa fonte de receita para as entidades que os emitem, herdeiro que é de uma actividade baseada no facto de selos e moedas fazerem parte do nosso quotidiano, e foi-se desenvolvendo de forma altamente cultural e profissional.


Entre um catágolo dos anos 50, e um chamado “bloco” comemorativo do centenário do antigo Museu de Arte Contemporânea, hoje rebatizado como Museu do Chiado que acabo de encontrar numa vitrine do "meu" Correio, vão anos de avanço tecnológico e do aparecimento de novas correntes estéticas, mas o que ficará sempre é mesmo a homenagem à arte de todos os que merecem povoar as paredes dos nossos Museus.

Eco dos criadores do Belo


Felizmente que Portugal nem sempre foi governado por gente rasteira sem Cultura de Ministério, e que soube não só abrir Museus, mas também promover, através de meios ditos agora artesanais, a arte de um serviço público que se orgulha do seu Património e dos agentes libertadores da sua múltipla criatividade, que embora arrumados num canto da plataforma Continental, disputaram sempre os prémios para o melhor eco da criação do Belo, obrigando a entoar no seu colo as finíssimas notas da Portuguesa.



domingo, setembro 25, 2011

A intimidade com as objectivas


O atrito dos tempos, ganhou às carícias da água da Ria, na expressão colorida da extremidade das remadas que desviaram o Bispo Cinzento no tabuleiro de xadrez, para que não fosse atraído pelo pecado social de morder cavalos marinhos.

sábado, setembro 24, 2011

A intimidade com as objectivas


A influência das marés nas águas mistas da Ria Formosa, faz com que também por ali se descortinem grandes e pequenas marés, deixando por momentos visitáveis os fundos dos seus canais. Ali, os caranguejos abrem perigosos caminhos para o exterior, pois há predadores humanos à sua espera, e por isso, ofereci hoje a um deles uma faca verde para se poder defender!

sexta-feira, setembro 23, 2011

A intimidade com as objectivas


Não, não é uma imagem de um qualquer oceanário, ou aquário caseiro, nem mesmo de um tanque de piscícultura, mas tão só uma das múltimas imagens que ontem qualquer travessa ao fim da manhã pela estreita ponte sobre o imenso viveiro natural da Ria Formosa proporcionava a quem debruçasse uma objectiva sobre a corrente vazante. Entre os concorridos cardumes de taínhas, que toda a gente diz saberem a óleo, os sargos prateados de listas escuras e pintas pretas na cauda, disputavam o alimento da penilha crescente à volta de caramujo, mexilhões e anémonas alaranjadas aderentes aos flutuadores da ponte. 

Outono

O Outono, é um banco de ensaios onde o Verão estuda os efeitos do calôr sobre o frio, o vento e a chuva, que o Inverno guarda ansio por espalhar sobre as planícies revolvidas pelos arados, para que o verde da Primavera possa competir com o verde estival.

quinta-feira, setembro 22, 2011

Verão


O verde, é a cor principal do Verão, não podia ser mesmo outra, resistente, lutadora e expontânea. 
Claro que o Outono começou já hoje a tentar cortar todas as fitas que nos amarravam ao Verão, mas uma coisa são as fitas, outra é mesmo o “verão” que continua!

A intimidade com as objectivas


Impresso nos grãos de areia semi-mole, ficou o leve gesto da passagem serena e calma de um pé feminino que foi abrindo um trilho até aos territórios do pôr Sol!

quarta-feira, setembro 21, 2011

Pedras, raios e lendas


Legenda no original - Um lote de enxós em obsidiana, recolhidas noutros tempos pelos camponeses de Sundgau. Eram frequentemente reutilizadas pelos camponeses como pedras de amolar, mas também serviam como "pedras de raio"para proteger os estábulos de espíritos malignos (Museu saudgauvien, Altkirch, Ch Juventude cliché). 


O epíteto de “pedras de raio" para os habitantes da Alsácia, é a razão desta nota, já que um Amigo me contou anos atrás, que o Avô dele tinha em casa, no centro de Portugal, uma destas “pedras” à qual também chamava "pedra raio", as quais os agricultores da região julgavam cair do céu durante as trovoadas, e seriam então projectadas na extremidade dos raios abrindo as árvores ao meio. No caso concreto da história que me foi contada, havia uma árvore destruída e queimada nas terras deste agricultor, e a enxó ou o machado, não consegui ficar a saber de qual das formas se tratava, terá aparecido perto da mesma depois de uma trovoada.

terça-feira, setembro 20, 2011

A intimidade com as objectivas


O vigor da caminhante pensativa, provocou tanto o contraluz, que no oceano, sempre atento e conformado com o ápside lunar, nasceram átomos multi-tons.

segunda-feira, setembro 19, 2011

Já chegámos à Madeira?


A RTP1, mostrou em directo na passada sexta feira, o Dr.Jardim em campanha eleitoral, reclamando que o esbulho de 2 mil e cem milhões de euro se deveu à necessidade de não permitir a discriminação dos Madeirenses relativamente aos “cuntenentais” no que respeitava aos atrasos estruturais da Região da Madeira em matéria de Ensino e de cuidados de Saúde, situações essas da responsabilidade, segundo ele, dos Governos de Lisboa.
Não sei como, nem quem conferirá a verdade ou a mentira da relação numérica entre o objecto daquelas palavras e o montante deste buraco orçamental, mas vamos esperar para ver o resultado do encontro de hoje entre PC e o “Senhor Silva”, embora este tenha sido sempre um crítico das Autonomias Regionais na Madeira e nos Açores, mas que lhe deram jeito para obter, com a ajuda também do Dr. Mota Amaral, as maiorias de deputados que lhe permitiram ser PM!
De qualquer forma, a questão de fundo ficará por resolver, pois nenhuma Entidade Judicial tem “córagem” de declarar AJJ impedido do exercício do cargo que tem ocupado, ao contrário do que aconteceu por exemplo com, o Engº Jardim Gonçalves ex- Presidente do BCP ou o Dr. Tavares Moreira ex- Presidente da CCCA que foram inibidos por uns anos do exercício de cargos dirigentes em Instituições Financeiras.
Entretento, quem paga IRS prepare-se para entregar cada um 500€ ao PC para ele levar na mala para Bruxelas, da próxima vez que se encontrar sorridente com os seus Familiares do PPE, em especial com a Sra Merkle e o sr. Sarkozi, a cuja Família aliás também pertence o PGRM!!

A intimidade com as objectivas


No diálogo entre um gafanhoto verde pousado num tronco de figueira, e uma formiga de asa que lambia o muco dos figos, ouvi esta reclamar invejosa daquela côr tão intensa que abafava o seu dorso avermelhado, imaterial como o manto de um corvo escondido na noite escura.

domingo, setembro 18, 2011

A intimidade com as objectivas


As redes de malhas apertadas, ainda não aprisionam a voz dos que querem ter voz para afastar dos pensamentos alheios as teias castradoras da Liberdade.

sábado, setembro 17, 2011

Portugal como vai


Numa publicação recente, sobre as dívidas da Região autónoma da Madeira, antes da publicitação do buraco de ontem, publiquei duas imagens que estavam disponíveis na rede e que encontrei numa pesquisa no Google através de " Imagens Alberto João Jardim". Uma delas, referia-se a um fotograma de um noticiário da SIC em que Cavaco Silva elogiava a obra de Jardim, a outra era um logotipo do Casino da Madeira. Ambas as imagens foram copiadas da rede para o meu disco, redenodominadas, e nas suas propriedades não se encontra nenhuma informação respeitante à sua origem.
Ambas as imagens desapareceram do meu Blogue, e no seu lugar está um sinal de "perigo"!
Ambas as imagens também desapareceram do Google.
Não faço processos de intenção sobre esta ocorrência, mas em que firmemente não creio é que se trate do resultado de um qualquer "pishing" de um qualquer "hacher"!
Mas, não é por causa disto que me vão calar!

Eco dos criadores do Belo


É um desrespeito não saborear bem a vida, no dia a dia, com aquilo que a Natureza, no sentido metafísico, nos quer dar.
Por isso, cada um de nós aproveita, ou desaproveita os dias que passam até à morte.
Fico hoje a dever a uma longa e profunda Amizade fundada na consanguinidade dos nossos Bisavós, uma oferta, que releva o saber criativo da doçaria Algarvia conjungado com a verdadeira arte da criação do Belo.
Um encontro, separado por bem mais de meio século, de um outro Verão em Portimão, numa casa Mítica de gente inigualável, em que fomos os mais jovens protagonistas.


No fim de fazermos o balanço de cada dia, e descobrirmos que cumprimos os nossos deveres para com os outros, mas também para connosco, que é o que a Natureza espera de nós, e se nos intervalos da queda das gotas de orvalho ainda tivermos legado um contributo imaterial ao Planeta que nos acolhe, então a Vida teve mesmo sentido, como somatório dos resultados de finitos impulsos do nosso melhor consciente.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Um "Bicho" ?

Um dia destes, fui despertado manhã cedo pelo ruído do tlm, por iniciativa de um Amigo, pois é assim que o considero, dizendo-me que tinha comprado na lota dois rascaços a pensar em mim, pois sou um fã deste manjar e como não é muito vendável, vá lá saber-se porquê, é um acaso encontrá-los no mercado. Agradeci e lá o informei de que estava distante, mas lhe agradecia o favor de os arranjar e congelar em casa dele, pois a quando do meu regresso lá os iria pagar e trazer para casa para ajudarem a fazer umas belas sopas, que é o seu destino habitual em minha casa, embora também por vezes sejam a base para um bom arroz.


Não posso portanto publicar aqui, a imagem dos referidos "bichos"  pois já estarão a esta hora partidos às postas, fica para outra vez, mas confesso que embora tenha um aspecto muito feroz, e a cabeça seja quase um terço do tamanho do corpo, é seguramente um dos melhores lombos de peixe que se possam apreciar. Como explica o texto do DN, é chamado um peixe da pedra como por exemplo o sargo, alimentando-se fundamentalmente de marisco e de plâncton, e tendo pois a carne muito rija e saborosa. Os fortes espinhos dorsais por onde o rascaço expele o veneno, deixarão de ter um perigo significativo a partir da sua morte, embora quem os prepara observe um natural cuidado com a sua ablação definitiva.

Quantos segundos tem um dia?


Num relógio do tempo, não há lugar a padrões de doze avos, não há mesmo certezas sobre quantos segundos teve o dia de há cinco mil anos contados uma hora atrás, tudo isto depois de provadas as primeiras bagas de medronho, que mesmo bem amadurecidas teimaram em irradiar apenas o verde quente dos Verões do Sudoeste.

quinta-feira, setembro 15, 2011

Imagens de rua


Lisboa, cidade inti-mista, de casas de habitação antigas transformadas em escritórios de Advogados cheios de códigos, mas vazios de receitas para o envelhecimento do Património edificado.

quarta-feira, setembro 14, 2011

Mais perguntas, ainda sem resposta!

Os vasos campaniformes seriam um bom pretexto para uma profunda reflexão sobre a triologia Nascimento, Crescimento e Deposição pós-Morte, não fora ser ainda muito prematuro escavar fundo no capítulo do seu Nascimento. Por isso, vou tentar traduzir um pouco de uma discusão intra-pessoal àcerca destas relações. O campaniforme, em sentido lato, não pôde ter surgido expontaneamente ao mesmo tempo numa diversidade de sítios pela Europa fora. Como no Neolítico final, já existia um acentuado poder de domínio de conhecimento sobre a elaboração e manipulação das pastas cerâmicas e do seu cozimento, a transição para o calcolítico fez-se sem avanços significativos neste domínio e portanto a cerâmica campaniforme do ponto de vista básico não veio trazer novos avanços metodológicos, só aditando um novo patamar no aspecto da criatividade artística, podendo caracterizar-se esta corrente por uma ideia geral de preenchimento decorativo em profundos espaços, nas superfícies das suas formas características em cartelas horizontais ou em zigue zague.
As “pegadas” que Os Povos do Campaniforme, nos deixaram na difusão da sua Cultura ou na sua eventual caminhada expansionista pela Europa, ou noutra qualquer proposta “moderna”, demonstram que em locais de permanência, como Ferreira do Alentejo, foram produzidos, recorrendo aos barreiros locais muitos e muitos novos vasos agora feitos cacos, e depositados em planos estratificados como marcadores culturais. A partir deste facto, nasce então a pergunta - onde “pertencem” os cacos desses vasos?

Ao local onde os seus criadores nasceram e eventualmente não morreram, ou o contrário?

Acho que ainda serão estabelecidas linhas de ADN que poderão associar os cumes mais velhos das pirâmides humanas até aos nossos dias, e quem sabe provar, por mero exemplo, que em Ferreira do Alentejo vivem ainda alguns descendentes dos povos calcolíticos que por ali também viveram, e se assim fosse, essa gente actual seriam herdeiros materiais do mobiliário funerário dos seus antepassados, embora a sede de avaliação para esta ideia gravite num domínio meta-jurídico.


Ao fazer uma retrospectiva sobre a relação entre a proveniência das cerâmicas campaniformes encontradas em Portugal nas necrópoles e nos povoados mais proeminentes e o local onde hoje estão expostas, verifica-se uma acentuada proximidade, pois se excluirmos Vila Nova de S.Pedro  (Museu do Convento do Carmo), os materiais da zona de Cascais estão num Museu “Gourmet” o Visconde de Castro de Guimarães, os do Zambujal em Torres Vedras,e em Lisboa estão os do Distrito de Lisboa e alguns da Península de Setúbal e os restantes guardados a sete chaves no Museu Arqueológico de Setúbal encerrado inexplicávelmente há muitos e muitos anos. O que dizer então do distanciamento de um magnífico conjunto de campaniforme dos arredores de Carmona, onde até existe um Museu Arqueológico implantado num belíssimo Palácio Medieval, exposto actualmente no Museu da Sociedade Hispânica de Nova York?


Um Museu de artes plásticas sem idade assinada, não se constroi com fichas coladas nas paredes cheias de palavras, pois então bastaria imprimi-las em papel e distribuí-las pelas ruas, e por isso os Museus estão cheios de objectos únicos que pretendem despertar a reacção dos seus visitantes e fazer com que estes se recordem para sempre do que viram, e possam mais tarde aprofundar os conhecimentos ali adquiridos.


Na imagem seguinte, de uma “vitrine campaniforme” temporária no MNA, estiveram à nossa disposição os vários ângulos de observação de um conjunto diversificado de peças arqueológicas devidamente legendadas, e nenhuma delas se destacava das outras pela importância que se julga terem tido para quem as produziu, excepto em planos da sua representação no Mundo do Simbólico, mas cada uma das suas “irmãs” que ficaram por expor e que “dormem” em inúmeras reservas, têm igual importância histórica e informativa.



Não quero invadir o discurso da museologia, pois para isso não estou habilitado, mas compreendo que para as mostras mais estáticas deve ser muito complexa a análise do equilíbrio entre o que se pode expôr e aquilo que os visitantes, no seu todo, são “capazes” de apreender, pois este é o seu objecto principal, e cada peça exposta tem um papel formativo a cumprir. O que já discuto e rejeito, é que os “donos” dos Museus se julguem seus proprietários, e retirem a quem lhes passa à porta o direito de apreciar a propriedade pública, mesmo que para isso invoquem faltar apenas, uma “data”conveniente, uma legenda, uma lâmpada, uma peça, um funcionário, ou um catálogo raisoné!


Termino, lembrando que na exposição a que se refere a imagem anterior da capa de um catálogo de uma oportuna exposição, as três peças até agora consideradas os ícone Islâmicos de Tavira – o Vaso, o Cantil e a Floreira –estavam então em vitrines do MNA integradas na exposição “Portugal Islâmico – Os Últimos Sinais do Mediterrâneo”.


A floreira de Tavira


A dilatação das “Fés” que levou Cristãos até à Arábia, e trouxe Muçulmanos até à Península Ibérica, deixou por lá e por cá marcas da sua passagem que no nosso caso fazem, e tudo leva a crer que farão, parte do espólio de alguns dos nossos Museus do Sul, e até agora ainda não se ouviram nos Minaretes reclamarem a devolução das sigillatas foceanas tardias originárias do Médio Oriente.

Torna-se portanto muito difícil, padronizar de forma coerente o local de exposição de uma peça arqueológica que escapou à incineração do envelhecimento moral ou material, e está disponível para ser compreendida e admirada independentemente do local onde foi fabricada, depois utilizada e finalmente “abandonada”. O que mais importa pois, é a contribuição dos Museus para que o conhecimento da Humanidade, mesmo que se torne por isso conflitual, possa sempre continuar pacientemente progredindo.

terça-feira, setembro 13, 2011

A intimidade com as objectivas


Sinto-me sempre inseguro quando procuro compreender o registo da luz do fim do dia, porque não responde a qualquer receita conveniente, cómoda, simpática, capaz de salvar-me da angústia do pensamento, e da experiência da emoção com esse encontro.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Eco dos criadores do Belo

https://www.youtube.com/watch?v=UghAR00IwoY&feature=player_embedded#!

A intimidade com as objectivas


Não sei qual de nós partilha o quê, mas na verdade algumas aves deixam, durante a noite ou na madrugada, o negativo das suas patas mesmo por cima dos vestígios da minha última passagem pelo trilho que sigo habitualmente até à praia, e que é alisado pela água da ria quanda a maré atinge quotas mais elevadas. Por vezes, também por lá ficam os registos das patas das lebres e de algum cão abandonado que por ali deve procurar caçar para sobreviver.

domingo, setembro 11, 2011

O despertar da intimidade com as objectivas (V)

Muitos anos depois, o meu Pai comprou, a prestrações, uma máquina de fole, em segunda mão, de que depressa me apropriei, na qual todas as operações eram manuais, já que não existia fotómetro ou dispositivos ópticos para a focagem, e os rolos de formato “120” produziam negativos quadrados 5,2cmx5,2cm, donde se extraiam as chamadas provas por contacto em papel brilhante com moldura branca e por vezes com os bordos finamente recortados, mas já portadora de um lindo parasol prateado, e que até tinha estojo de cabedal e uma objectiva de 75 mm!. Com ela, fiz as minhas primeiras grandes“reportagens”!; a comunhão solene da minha futura Mulher, a viagem ao Algarve dos alunos do Liceu Pedro Nunes na conclusão do 7º Ano e as férias de verão com os meus Avós nas Termas do Vimeiro. Também com ela estreei o meu primeiro rolo a côres, numa parada militar na Avenida da Liberdade, mas cada disparo, mesmo a preto e branco, custava então uma “fortuna” e era preciso ser prudente e meticuloso para ir registando não o que apetecia, mas aquilo que a relação custo benefício, permitia. Eram tempos de se pagar uma revelação por cada vinte disparos e estávamos longe das lojas oferecerem um rolo novo, ilusóriamente incluído nos custos da revelação, como acontecia recentemente nos últimos tempos rolos de 35mm e dos Aps.



A minha máquina seguinte, uma compacta Olympus, comprei-a numa das lojas mais emblemáticas de Lisboa, situada na esquina da Rua Augusta com a Rua de Santa Justa, a Filmarte, não sendo pois ainda uma reflex, já usava rolos de 35 mmm, e permitia com o início do enrolamento feito às escuras impressionar até 40 fotogramas com cada rolo, mas essa caixinha cromada já não a posso reproduzir pois ela representou a minha primeira transação comercial com a vertente financeira da sua avaliação, visto que tive de a entregar para poder adquirir a primeira reflex, uma Petri FT, já com a potencialidade das objectivas intermutáveis, e que me acompanhou durante a vida civil do Serviço Militar Obrigatório. Antes da compra dessa primeira máquina “a sério”, fiz aquilo a que hoje se chama um test drive. Pela manhã, fotografei à porta da loja o elevador de Santa Justa e o Sr. Valadas, que durante anos me atendeu naquele longo balcão em v, e à tarde me mostrou o resultado da prova de contacto, que me convenceu nessa primeira grande aventura de 35 mm BW.



E logo fui procurar imagens da minha Cidade!


Durante o cumprimento do Serviço Militar Obrigatório, para o qual fui formalmente convocado pelo correio,


despontou impulsivamente a minha atracção pelo cinema, mas como para cumprirmos os deveres da vida não podemos dar passos maiores do que as nossas pernas, assumi que nunca poderia sequer simular as excepcionais condições técnicas de que dispus nesse período no Departamento de Fotografia e Cinema do agora chamado Instituto Geográfico do Exército.



Não tenho imagens originais de alguns aspectos desse período da minha vida, mas um companheiro desse percurso, jornalista na vida civil, fez uma reportagem publicada no Século Ilustrado, a revista semanal complementar ao Jornal O Século e que custava 5$00.



Não posso omitir a imagem da capa dessa revista, cujo incómodo me acompanhou toda a vida como quem me conhece compreenderá, onde foi publicada a reportagem do Valdemar Monteiro, um magnífico companheiro, que infelizmente faleceu num desatre de automóvel durante uma deslocação em serviço oficial. As imagens seguintes, e a anterior, correspondem às ilustrações do artigo intitulado “1.253 alunos frequentaram já o curso de cinema do exército”.


Por sugestão do Valdemar, aceite pelos nossos superiores, cada um de nós sempre dispunha de uma máquina de filmar Paillard de 16 mm enquanto dirigíamos as reportagens, embora acompanhados por um operador de câmara “profissional” que garantia o completo sucesso da nossa obrigação, como era o caso do Adriano Nazareth, que foi mais tarde Realizador de Programas na RTP Norte, Professor e Realizador de Cinema.


Embora o Valdemar esteja mais encoberto do que eu, publico em sua homenagem a imagem da nossa cumplicidade executiva.


No tempo que restava das minhas obrigações de Tesoureiro do Serviço Cartográfico do Exército, que tive de aceitar por ser o oficial miliciano mais novo, de Instrutor na área do som, e de cumprir com as escalas na chefia das reportagens externas, sempre procurei dar um salto aos laboratórios de fotografia para apreender a experiência dos técnicos de fotografia, ainda sem que o Estado detivesse orçamentos para experiências de côr. Desse tempo, conservo uma experiência de sobreposição física com um minúsculo desvio, de um slide a cores de um recanto do Alentejo, com um negativo da mesma imagem feito no laboratório, por contacto em filme inversível. Hoje, qualquer software para tratamento digital ajudaria a fazer isto em dois minutos!